Já parou para pensar em como seria o vinho que Jesus tomou com seus apóstolos na Última Ceia?
Vale ressaltar que o vinho tem um grande valor simbólico no cristianismo. Ele é considerado o “sangue de Cristo”, assim como o pão significa seu corpo. Ambos os alimentos aparecem em diferentes passagens da Bíblia.
Inclusive o consumo de vinho e pão na última ceia, que deu origem ao rito católico da comunhão (com o vinho e a hóstia).
Existia vinho na época de Jesus?
Muita gente tem essa dúvida, mas sim, existia vinho!
O Oriente Médio, inclusive, já produzia vinhos desde 4000 a.C. Há evidências arqueológicas de que os vinicultores desta época cultivavam suas videiras pelas encostas e esculpiam prensas de vinho, além de servi-lo em recipientes de cerâmica.
Segundo estudiosos, o sabor do vinho provavelmente era muito intenso. Embora houvesse, antigamente, uma prática de diluição do vinho com água, “em Jerusalém, eles tinham um gosto especial por vinhos ricos e concentrados”, explica o arqueólogo Patrick McGovern, professor do Museu de Arqueologia da Universidade da Pensilvânia.
Era comum também misturar o vinho com especiarias e frutas. O uso de resina de árvores, como mirra, incenso e terebintina, era bastante comum, pois evitava que o vinho se deteriorasse. Havia também o hábito de misturar o vinho com romãs, açafrão, canela e mandrágora para melhorar o seu sabor.
E como era o vinho que Jesus tomou?
Segundo Patrick McGovern, o vinho provavelmente lembrava um Amarone, estilo produzido na Itália com uvas Corvina, Corvinone, Rondinella e Molinara. Sua característica é ser mais suave, rico e escuro, parecido com os que eram apreciados na Terra Santa.
Existem algumas escrituras antigas da região que mostram que o vinho da Transjordânia era bem forte e intenso.
Outro pesquisador, Guy Bar-Oz, do Instituto Zinman de Arqueologia da Universidade de Haifa de Israel, também analisou o DNA restante em sementes de uva para saber mais sobre as técnicas de vinificação usadas na época. A hipótese levantada por ele confirma o que foi verificado por Patrick McGovern: que muito provavelmente, por conta das características do solo, tratava-se de um vinho encorpado e suave, com altas quantidades de açúcar.
Então, se quiser saber como é o sabor do vinho que Jesus tomou com seus apóstolos, experimente uma taça de um bom Amarone.